Maio Amarelo: prevenção dos colaboradores que utilizam automóveis da empresa

colaboradora com carro da empresa ajustando espelho para locomoção do veículo

Iniciada no domingo (01/05), a campanha Maio Amarelo 2022 tem como tema principal “Juntos Salvamos Vidas”, com o objetivo de conscientizar a todos sobre a importância da redução de acidentes de trânsito no País e, logo, as fatalidades nas estradas. 

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O Movimento Maio Amarelo é mundial e teve início em 2011, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito. A proposta é chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. Vale destacar que a campanha usa a cor amarela em referência ao sinal de advertência no semáforo, que simboliza a atenção necessária para a causa.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aderiu à campanha junto aos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito para colocar em pauta o tema segurança viária e mobilizar a sociedade. Ao longo do mês de maio, serão realizadas ações de fiscalização e educativas para conscientizar motoristas de ônibus, caminhoneiros, usuários de rodovias federais e passageiros do transporte rodoviário coletivo interestadual sobre o uso do cinto de segurança, paradas regulares e dirigir descansado, além de lembrar pedestres e ciclistas sobre seus direitos e deveres para tornar o trânsito cada vez mais seguro.

Outros órgãos governamentais e organizações participam da iniciativa, como a Polícia Rodoviária Federal, que iniciou campanhas educativas nas redes sociais, focando na educação para o trânsito, durante as fiscalizações nas rodovias federais brasileiras.

A mobilização da PRF quer conscientizar o cidadão sobre a importância da segurança viária e alertar os motoristas que a responsabilidade ao volante é fator determinante para o número de acidentes, mortos e feridos nas rodovias federais. As estatísticas da instituição apontam que o alto índice de acidentes graves e fatais no Brasil tem como causa principal as falhas humanas.

Acidentes de trânsito no Brasil

Nos últimos anos, os dados da PRF mostram que o número de acidentes tem se mantido constantes e em alta no Brasil. Em 2020, foram registrados 63.578 acidentes nas rodovias federais, resultando em 71.511 pessoas feridas e 5.293 mortas. Em 2021, foram 64.518 acidentes, com 71.804 pessoas feridas e 5.393 mortas. 

No primeiro trimestre de 2022 ocorreram 14.976 acidentes nas rodovias federais do Brasil, o que corresponde a 23% do total do ano anterior. Esses acidentes resultaram em 17.115 pessoas feridas e 1.283 mortas. A expectativa é que a promoção de ações educativas intensivas, como as ocorridas durante o Maio Amarelo, contribuam para reduzir essas ocorrências.

Segundo uma pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CFM), a cada hora morrem cinco pessoas nas vias públicas do Brasil, devido a acidentes de trânsito. 

Essa trágica proporção faz com que o Sistema Único de Saúde (SUS) tenha gasto um total de R$ 3 bilhões em apenas dez anos, sendo R$ 472 mil indenizações pagas por mortes. São números impressionantes, que tornam as estatísticas do trânsito uma questão de saúde pública.
sinistro de trânsito - 2011 -2019

Maiores causas de acidentes no trânsito

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), os principais acidentes ocorrem por falhas humanas, destacando as principais delas:

Velocidade: um aumento na velocidade média está diretamente relacionado tanto à probabilidade de ocorrência de um acidente quanto à gravidade das suas consequências. Cada aumento de 1% na velocidade média produz, por exemplo, um aumento de 4% no risco de acidente fatal e um aumento de 3% no risco de acidente grave. O risco de morte para pedestres atingidos frontalmente por automóveis aumenta consideravelmente (4,5 vezes de 50 km/h para 65 km/h). No choque entre carros, o risco de morte para seus ocupantes é de 85% a 65 km/h.

Condução sob influência de álcool e outras substâncias: conduzir sob a influência de álcool ou qualquer substância ou droga psicoativa aumenta o risco de acidente com morte e lesões graves. O risco de uma colisão no trânsito começa com baixos níveis de concentração de álcool no sangue e aumenta significativamente quando o a Concentração de Álcool no Sangue (BAC) do motorista é ≥ 0,04 g/dl. No caso do uso de drogas psicoativas, o risco de incorrer em um acidente de trânsito aumenta em diversos graus. O risco de acidente fatal com uma pessoa que consumiu anfetaminas, por exemplo, é cerca de 5 vezes o risco de alguém que não o fez.

Não utilização de capacetes para motociclistas, cintos de segurança e sistemas de retenção para crianças: o uso correto de capacetes pode reduzir em 42% o risco de mortes e em 69% o risco de lesões graves. Usar o cinto de segurança reduz o risco de morte entre motoristas e passageiros dos bancos dianteiros entre 45% e 50% e o risco de morte e lesões graves entre passageiros dos bancos traseiros em 25%. O uso de sistemas de retenção para crianças pode reduzir em 60% o número de mortes.

Direção distraída: existem muitos tipos de distrações que podem levar a uma condução prejudicada. A distração causada por celulares é uma preocupação crescente para a segurança no trânsito. Os condutores que usam celulares enquanto dirigem têm cerca de 4 vezes mais chances de estarem envolvidos em um acidente. O uso de um telefone ao dirigir diminui os tempos de reação (principalmente o tempo de reação da frenagem, mas também a reação aos sinais de trânsito) e dificulta que o condutor mantenha o carro na pista correta e guarde as distâncias de segurança. A opção de viva-voz nos veículos não é muito mais segura do que os telefones à mão e as mensagens de texto durante a direção aumentam consideravelmente o risco de um acidente.

Infraestrutura viária insegura: o desenho das vias pode ter um impacto importante em sua segurança. Idealmente, elas devem ser projetadas considerando a segurança de todos os usuários das vias. Isso significa garantir serviços adequados para pedestres, ciclistas e motociclistas. Medidas como calçadas, ciclovias, pontos de passagem seguros e outras formas de ordenamento do trânsito são fundamentais para reduzir o risco de lesões.

Veículos inseguros: veículos seguros desempenham um papel essencial na prevenção de acidentes e na redução da probabilidade de lesões graves. Há uma série de regulamentos das Nações Unidas sobre segurança veicular que, se aplicados aos padrões de produção dos países, potencialmente salvariam muitas vidas. Isso inclui exigir que os fabricantes de veículos cumpram as regulamentações de impacto dianteiro e lateral, incluindo controle eletrônico de estabilidade, airbags e cintos de segurança em todos os veículos. Sem esses padrões básicos, o risco de lesões no trânsito – tanto para os que estão nos veículos quanto para os que estão fora deles – aumenta consideravelmente.

Atenção inapropriada após acidentes: a demora na detecção e no atendimento aos envolvidos em um acidente de trânsito aumentam a gravidade dos ferimentos. O cuidado com as lesões é extremamente sensível ao tempo: atrasos de minutos podem fazer a diferença entre a vida e a morte. Melhorar os cuidados após os acidentes requer a garantia de acesso ao atendimento pré-hospitalar oportuno e à melhoria da qualidade do atendimento pré-hospitalar e hospitalar, por meio de programas de treinamento especializados, por exemplo.

Cumprimento insuficiente das normas/leis de trânsito: se as leis de trânsito relacionadas à direção sob efeitos do álcool, uso do cinto de segurança, limites de velocidade, capacetes e sistemas de retenção para crianças não forem cumpridas, elas não poderão resultar na redução esperada nas mortes e lesões no trânsito. A aplicação efetiva da legislação inclui o estabelecimento, atualização regular e cumprimento de leis em níveis nacional, estadual e municipal que abordam os fatores de risco mencionados acima. Inclui também a definição das penalidades apropriadas.

Condições de trabalho dos motoristas profissionais 

Em 2015 entrou em vigor a “Lei do Motorista”, nome popular dado à Lei n° 13.103, que garantiu novos direitos para os motoristas profissionais. Nela há cinco garantias principais:

  • Acessar gratuitamente programas de formação e aperfeiçoamento profissional – preferencialmente cursos técnicos e especializados -, normatizados pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran);
  • Contar com atendimento terapêutico, reabilitador e preventivo por meio do Sistema Único de Saúde (SUS);
  • Ter garantia de proteção do Estado contra ação criminosa que lhe seja dirigida enquanto estiver exercendo a sua função;
  • Acesso a serviços de medicina ocupacional, prestados por instituições públicas ou privadas (sob escolha do motorista);
  • A quinta mudança foi direcionada especificamente a caminhoneiros empregados, não autônomos. Caso o motorista seja empregado:
  1. Não deve responder ao empregador por qualquer tipo de prejuízo patrimonial causado por terceiros.
  2. Ter uma jornada de trabalho diária de no máximo oito horas, podendo ser estendida em até duas horas adicionais ou quatro, se previamente acordado. Todo o período deve ser controlado e registrado pelo motorista, como um diário de bordo, seja físico ou eletrônico, a critério do empregador.
  3. Seguro obrigatório oferecido e custeado pelo empregador, com o valor mínimo de 10 vezes o piso salarial da categoria do motorista, destinado para os casos de morte natural, acidental, invalidez total ou parcial por acidente.

No entanto, mesmo com leis e campanhas como o Maio Amarelo, o caminho para conscientização de profissionais e, principalmente, empresas ainda é longo. Em geral, muitos motoristas profissionais ainda fazem longas jornadas diárias de trabalho, principalmente, para cumprir os prazos exíguos de fretes. 

Além de disso, existem aspectos psicossociais que acabam influenciando na saúde e segurança dos profissionais da estrada. Pelas características desta ocupação profissional, com ambientes de trabalho estressantes e distância da base familiar, os fatores de risco psicossociais passam a afetar de forma agravante a saúde e qualidade de vida destes profissionais. 

Por isso, é fundamental que os empregadores tenham consciência da importância de levantar a bandeira não apenas em maio, mas sim, o ano todo, implementando e promovendo ações educativas, criativas e explicativas ao seu quadro de funcionários.

Como promover o Maio Amarelo na empresa?

Com ações simples e focadas dentro da empresa, é possível orientar e educar todos os funcionários, clientes e fornecedores. Veja a seguir, alguns exemplos de ações que podem ser desenvolvidas durante o Maio Amarelo:

Comunicação digital: promova no site, blog, redes sociais (lives e enquetes) e e-mails marketing da empresa mensagens voltadas à utilização das passarelas, faixas elevadas, faixas de pedestres, respeito a sinalizações, cinto de segurança, velocidade, cuidados com os ciclistas e pedestres, entre outros;

Estatísticas: divulgue conteúdos que tragam as impactantes estatísticas de acidentes de trânsito no Brasil e mundo; 

Roupa amarela: escolha um dia — ou dias, por exemplo, toda sexta-feira do mês — e convide todos os funcionários a irem para o trabalho vestindo peças amarelas. Para espalhar ainda mais a informação pelos setores, incentive o uso de uma hashtag da campanha nas redes sociais, tanto dos colaboradores como da empresa.

Jornal mural colaborativo: decore um local estratégico, de preferência movimentado da empresa, com um grande painel em amarelo. Escreva uma pergunta como “o que torna o trânsito mais seguro e como você, motorista, pode contribuir para isso?”. Deixe canetas ao lado do painel e incentive pessoas a compartilhar suas ideias e deixar uma contribuição.

Decoração: aposte em bexigas de gás hélio — aquelas que tem maior durabilidade— em cada estação de trabalho. Além disso, distribua também laços amarelos com alfinetes para que cada colaborador possa prendê-lo diariamente em suas roupas.

Aproveito o material oficial: as peças publicitárias da campanha Maio Amarelo 2022 foram disponibilizadas para dar suporte aos cidadãos. Elas estão disponíveis em formatos diversos, como banners, outdoors, faixas e posts para redes sociais. Qualquer empresa, entidade ou órgão público pode inserir sua logomarca nas peças e utilizá-las gratuitamente. 

Crie uma apresentação final: no fim, colete todas as fotos e materiais produzidos ao longo das semanas e crie uma apresentação ou vídeo para eternizar as iniciativas tomadas no mês. Esse material pode ficar acessível e circular na rede interna. 

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