Avanço feminino: mulheres lutam por valorização no mercado de SST

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Cada vez mais, as mulheres avançam por setores profissionais que, antes, eram considerados majoritariamente masculinos. Para isso, ao longo da história, superaram todo tipo de preconceito, ofensas e discriminação.

Historicamente, isso começa desde o início da industrialização, onde as mulheres começaram a servir como força motriz às indústrias. Entretanto, muitas vezes, esse trabalho era visto como uma complementação da renda familiar, cabendo às mulheres atividades de menor qualificação e remuneração.

Essa desvalorização e associação da mulher com atividades de menor importância e, logo, menores benefícios que os homens, continuou durante a história e reflete até agora, nos dias atuais.

Isso ocorre nitidamente em uma publicação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que confirma que as mulheres receberam 77,7% do salário dos homens em 2019. A diferença é ainda mais elevada em cargos de maior rendimento, como diretoria e gerência. Nesse grupo, as mulheres ganharam apenas 61,9% do rendimento dos homens.

Contudo, entre os anos 1976 e 1985, houve um aumento de quase 40% de mão de obra feminina no mercado de trabalho, o que, segundo alguns pesquisadores, já pode ser considerado como uma mudança nos valores da sociedade em relação ao papel da mulher.  Porém, foi o setor da terceirização da economia brasileira, com menor prestígio e salários, que abarcou a maioria desses “empregos femininos”.

Já em 1985, o trabalho feminino foi ganhando espaço em áreas como a prestação de serviços (32,1%), o setor social (17,1%), o setor agrícola (18,47%), a indústria de transformação (11,6%) e o comércio de mercadorias (10,4%).

Assim, as mulheres antes vistas como complementares no papel de sustento do seu lar, a partir de 1989, 20,1% passaram a “chefiar”. Logo, não demorou para que as mulheres atuassem também em cargos de liderança.

Porém, é perceptível que ainda falta muito para o mercado de trabalho aceitar e integrar a mulher de forma respeitosa e adequada, principalmente, em profissões consideradas “masculinas”.

Mulheres e as “profissões masculinas”

A participação feminina em profissões consideradas por muito tempo masculinas ainda cresce em ritmo desacelerado, mas aos poucos já começa a mudar o cenário atual do mercado de trabalho no País.

No entanto, o caminho ainda é longo, de acordo com alguns números recentes sobre a participação da mulher em certas profissões. Confira:

Eleições municipais de 2020

68.042 pedidos de candidatura
84,2% eram homens
15,8% eram mulheres

Eleições gerais de 2018

1.534 pedidos de candidatura
84,6% eram homens
15,4% eram mulheres
Fonte: Estatísticas Eleitorais/TSE

Aeronautas

78,45% são homens (28.658)
21,55% são mulheres (7.873)
Fonte: Aeronautas Ativos/ANAC

Caminhoneiros

99,5% são homens, em média
0,5% é de mulheres
Fonte: Pesquisa CNT/Perfil dos Caminhoneiros 2019

Médicos

Total de médicos no Brasil, segundo dados de novembro de 2020: 500 mil
53,4% são homens
46,6% são mulheres

Diferença vem diminuindo ano a ano. Em 2015, médicos eram 57,5% do total, e médicas eram 42,5%. Em 1990, os homens eram 69,2% e as mulheres, 30,8%.

Na neurocirurgia no Brasil, 91,2% são homens – 2.902 médicos e apenas 279 médicas.

Fonte: Demografia Médica no Brasil 2020/FMUSP

Mulheres na Segurança e Saúde do Trabalho

Segundo dados de 2015 da RAIS, Relação Anual de Informações Sociais, havia no Brasil 24.965 mulheres atuando como técnicas de Segurança e Saúde do Trabalho. Um número ainda pequeno, mas que vem crescendo ano a ano. Já o setor da engenharia em SST ainda continua muito masculino. São 157.169 homens contra 7.330 mulheres, ou seja, apenas 4,65% das vagas são femininas.

Apesar da disparidade, de acordo com o IBGE, em 2019 mais mulheres possuíam diploma da faculdade. Na faixa-etária entre 25 e 34 anos, 25,1% das mulheres concluíram o nível superior, contra 18,3% dos homens, uma diferença de 6,8 pontos percentuais.

Entretanto, podemos definir que o mercado de SST ainda tem muito a crescer. Mas, certamente, essa é uma oportunidade que pode ser muito benéfica para as mulheres. Afinal, além da habilidade histórica de garimpar espaço em mercados difíceis, elas têm um inegável talento nas áreas educacionais, sociais e de saúde, que pode favorecer a profissão de SST.

Vale destacar que as mulheres, de modo geral, tendem a ser mais detalhistas e atentas que os homens, além de terem grande habilidade em gerenciamento de conflitos e organização. Essas qualidades podem favorecê-las em um processo seletivo. Ou seja, o mercado de SST é extremamente promissor para as mulheres.

Desigualdade de gênero na SST

Apesar do mercado de SST se mostrar extremante promissor para as mulheres, alguns fatores ainda precisam ser melhorados para que a inclusão feminina seja realizada de forma responsável, respeitosa e digna. Veja abaixo alguns fatores que promovem a desigualdade de gênero no setor de SST:

  • EPI’s, EPC’s e equipamentos de trabalho concebidos para a estrutura masculina;
  • Condições ergonômicas inadequadas;
  • Termologias não apropriadas, como “trabalho de homem” e “trabalho de mulher”;
  • Exploração das funções e menos tempo livre;
  • Ausência de voz ativa feminina nas equipes;
  • Maior taxa de exposições a riscos;
  • Dificuldade de obter trabalhos estáveis (informais);
  • Trabalhos repetitivos, monótonos e estáticos;
  • Assédio moral, sobrevalorização, discriminação e intimidação;
  • Com a premissa de “afazeres femininos” tendem a trabalhar mais em part-time;
  • Trabalham mais que os homens em full-time;
  • Falta de direitos e segurança social;
  • Ocupações não reconhecidas;
  • Dificuldade de conciliar a vida de trabalho com a pessoal.

 A saúde da mulher trabalhadora

A Medicina do Trabalho surgiu na metade do século XIX na Inglaterra, com a Revolução Industrial, época em que o desgaste da força de trabalho era tão alto que poderia tornar o processo econômico inviável.

No entanto, mesmo estando expostas aos mesmos riscos que os homens, as mulheres não eram consideradas produtivas naquele período, e suas atividades não eram vistas como de risco, sendo o papel dos médicos era “controlar” sua reprodução e sexualidade.

O conceito de Saúde Ocupacional surge depois da Segunda Guerra Mundial, porem os problemas de saúde da mulher não eram – e continuam não sendo em diversas empresas – voltados a problema ocupacionais, mas sim, centrados na prevenção de gravidez, reforçando a imagem apenas biologicista e funcionalista do papel da mulher no mercado de trabalho e, até mesmo, sociedade.

Veja abaixo as reais e principais afeções que, atualmente, a maioria das mulheres enfrentam ao realizarem suas funções de trabalho: 

  • Lesões musculoesqueléticas;
  • Riscos psicossociais e doenças do foro mental;
  • Assédio sexual e moral;
  • Bullying;
  • Exposição a substâncias perigosas;
  • Exposição a riscos combinados;
  • Crescente tendencia a doenças;
  • Acidentes de percurso casa/escola para o trabalho. 

A importância das políticas de inclusão

Por esses motivos, as empresas devem se conscientizar da importância de atentar-se as necessidades trabalhistas e de saúde das mulheres, tendo consciência que as mesmas também necessitam de suporte e atenção dentro de suas organizações, incluindo-as cada vez mais em suas estratégias e tomadas de decisão.

Segundo a Women in Business 2018, a presença das mulheres no setor de liderança cresceu de 66% para 75% em todo o mundo. No Brasil, 29% das empresas possuem mulheres em postos de chefia, ultrapassando a média global que apresentou 24%.

Número que ressalta uma real preocupação com a diversidade nas empresas e defende a importância de desenvolver políticas de inclusão, conforme as dez recomendações destacadas no relatório publicado pela Grant Thornton defende cada vez mais a presença da mulher no mercado de trabalho.

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