Abril verde: saiba como desligar o “piloto automático” e aumentar o foco no trabalho

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Atualmente, como você avalia sua capacidade de atenção, concentração, foco e memória no trabalho? Se você já se viu em uma situação em que não se recorda de como a iniciou, ou a realizou, você pode estar em modo “piloto automático”.

São inúmeras as atividades que o cérebro faz de modo espontâneo, realizando de maneira tão repetitiva, que tira o foco daquela situação para economizar energia, já que todo ser humano necessita de hábitos para facilitar a sua rotina.

No entanto, quando a mente divaga por pensamentos, imagens, memórias e antecipação de cenários futuros, isso pode se tornar prejudicial ao profissional, principalmente, por gerar uma vulnerabilidade para o sofrimento emocional.

Por isso, no mês marcado pelo Movimento Abril Verde, instituído para a conscientização sobre a segurança e saúde no trabalho, decidimos abordar sobre o tema e te ajudar a se desligar do “piloto automático” para realizar suas tarefas com mais foco, precisão e eficácia. Confira a seguir!

O que é estar em “piloto automático”?

O despertador do celular toca. O profissional se levanta, toma banho, toma café, se arruma, pega o transporte, leva o filho na escola, chega ao trabalho. Esse movimento constante, incluindo as mesmas atividades todos os dias, pode facilmente levar o cérebro ao chamado “piloto automático”, um dos maiores inimigos da atenção.

O “piloto automático” descreve um estado da mente no qual a pessoa age sem uma intenção consciente (ou sem consciência) da percepção sensorial do momento presente. Apesar da vantagem evolucionária que este modo nos proporciona, estar em piloto automático pode ativar, no entanto, uma vulnerabilidade para o sofrimento emocional.

Quando o “piloto automático” ocorre?

Quando uma atividade vira um hábito saudável e prazeroso, o cérebro prefere usar a capacidade de consciência para algo que vai demandar um maior esforço e disposição cognitiva. Do contrário, parte do que é realizado são hábitos armazenados na memória, através do repertório emocional e histórico de vida da pessoa.

Por isso, quando o profissional levanta da sua cama e começa o dia no piloto automático, em algum momento, sua atenção retorna para o momento presente — se percebe no trabalho, estudando ou arrumando a casa — levando até um susto, pelo simples fato da sua mente entrar em piloto automático repentinamente.

Quando o “piloto automático” se torna perigoso?

O “piloto automático” trata-se de um mecanismo natural acionado pela mente, mas pode se tornar perigoso em situações que exigem atenção e concentração, como por exemplo, em ambientes de trabalho com elevado potencial de risco. Esse mecanismo decorre, principalmente, da autoconfiança, que traz uma falsa sensação de segurança, tornando-se o pior inimigo da percepção de risco.

Os hábitos inseguros, combinados com a repetitividade, pressa, improviso, presumir que alguém já verificou determinado procedimento, entre outras ações associadas ao piloto automático, potencializam em alto nível os riscos no ambiente de trabalho.

No entanto, o “piloto automático”, de forma moderada, é necessário na vida de qualquer profissional, pois é através dele que se torna possível lidar com preocupações do dia a dia e estímulos internos e externos, capazes de causar algum tipo de esgotamento físico ou mental.

No entanto, o problema está em estar em “piloto automático” a maior parte do dia, passando do tempo considerável para a jornada de trabalho e, assim, prejudicando a experiência do colaborador na empresa. A rotina tem sua importância e ajuda na economia de tempo e esforço mental, além de proporcionar segurança quanto aos resultados desejados, mas há limites para ela.

Estar em “piloto automático” não necessariamente quer dizer que a capacidade cognitiva do colaborador está comprometida, devido a essa sensação de viver automaticamente, mas sim, que há a possibilidade dele perder com o tempo a atenção plena em atividades do seu cotidiano, que considerava essenciais e, até mesmo, prazerosas.

Dessa forma, mesmo que o funcionário seja capaz de fazer escolhas e tomar decisões, em algum momento, vai perceber que por estar no “piloto automático” não está aproveitando e se desempenhando da melhor forma possível, devido a sua dificuldade em lidar com seus pensamentos e sentimentos.

Como identificar e amenizar o “piloto automático”?

O “piloto automático” pode estar acontecendo, por exemplo, quando um profissional esquece dados, reuniões, tarefas e informações importantes na sua rotina, que em outro momento, não esquecia tão facilmente.

As consequências de um estilo de vida acelerado vão desde pequenos esquecimentos a até o chamado lapso de memória. É necessário se preocupar a partir do momento em que eles se tornem frequentes, principalmente, em atividades que eram consideradas rotineiras.

Em alguns casos, algumas disfunções comportamentais e dificuldades na linguagem também podem ser considerados indícios do início de alguma demência mais séria. Além da falta de memória, sinais como senso de urgência, falta de concentração, irritabilidade, sentimento de culpa e insuficiência podem estar ligados ao “piloto automático”.

viver no piloto automático pode parecer com isso

Veja os sinais aparentes em pessoas que estão colocando o cérebro no automático:

Falha de memória:

O que define uma boa memória é a capacidade de acessar as informações, além da boa capacidade de retê-las, e isto ocorre, entre outros fatores, pela capacidade de atenção. Para isso, além de ser necessário viver de forma atenta e intensa o presente, é possível realizar exercícios para o cérebro, estimulando neurônios e fortalecendo conexões, como por exemplo, jogos de memória, quebra-cabeças, cálculos mentais simples, memorizar citações, entre outros.

Falta de concentração:

Concentração está associada à capacidade de manter-se atento por período contínuo. Ter concentração é também ter atenção. Cansaço, sonolência, uso de substância psicoativas e álcool interferem na atenção. Por isso, para melhorar a concentração é sugestível a prática de estimulação cognitiva ou ginástica para o cérebro.

Senso de urgência:

Em um cotidiano exigente e multitarefas, que em geral não se tem como ter controle de tudo, é preciso criar ilhas de atenção. No caso, não apenas para dar conta de todas as atividades, mas também, para que isso não prejudique a capacidade cognitiva. Uma dica é se organizar, priorizando tarefas mais difíceis para o começo do dia, quando o cérebro está mais ativo e descansado.

Culpa por descansar:

Quando o profissional alega que está “precisando de férias”, nada mais é do que uma verbalização de que seu corpo está pedindo uma desaceleração das tarefas, ou mudança de rotina para que ele possa trabalhar mais e melhor. Vale a pena dar atenção aos sinais do corpo e buscar um descanso para revigorar as energias.

Cérebro multitarefas:

Entre oferecer ao cérebro um período de descanso ou desafiá-lo a aprender algo novo, a dica é o caminho do meio. É importante apostar em atividades do dia a dia para ativar os neurônios e restabelecer as conexões entre eles, porém sempre respeitando o período necessário de descanso.

Estresse:

Transtornos psíquicos, muitas vezes evidenciados por sintomas como a irritabilidade permanente, podem estar ligados ao “piloto automático”. É preciso estar atento a pequenos sinais do corpo pedindo os estímulos certos, além de apostar em um pouco mais de descanso e organização da rotina.

Sentimento de insuficiência:

A cobrança, busca por resultados constantes e destaque profissional pode ser mais cruel e intensa internamente do que externamente. É fundamental dosar esta sensação com foco no autoconhecimento, além de estímulos que ajudem o cérebro a alcançar seu potencial máximo, mas sem autossabotagem, trazendo mais qualidade de vida e performance.

Como desligar o “piloto automático” e ter mais foco?

Para o profissional se desligar do “piloto automático” é, necessário, despertar. Essa tomada de consciência dos padrões de pensamento e emoções, acaba se tornando um desafio de crescimento individual.

A seguir, veja algumas formas para desligar o “piloto automático” e se tornar um profissional mais produtivo e focado nas suas tarefas:

  • Explore novas texturas, cheiros e sabores. Ligue e abra os seus sentidos para novas experiências sensoriais;
  • Mude a sua rotina e liberte-se de hábitos repetitivos. Faça algo novo e repare na forma como, provavelmente, isso conduz uma maior consciência e observação;
  • Observe e repare nos ambientes a sua volta. A cada espaço tenha um novo olhar, como por exemplo, observar a luminosidade, cheiro, pessoas, objetos, consciência do seu movimento de um espaço para o outro, entre outros;
  • Crie uma lista de tarefas para aumentar sua produtividade. Faça uma lista de tarefas que você precise realizar e crie um hábito (diário ou semanal) de revisá-la para observar o que foi feito e o que está pendente. Crie recompensas para listas que forem completadas;
  • Organize suas tarefas, por prioridade e por complexidade, por exemplo. E lembre-se: se uma ação levar menos de 2 minutos, faça agora, se levar mais de 2 minutos, reserve um momento específico para sua realização ou até delegue-a;
  • Tenha disciplina e evite distrações. Se possível, para ter mais foco, procure deixar o celular no modo avião por 30 minutos, e analise seu desempenho em uma tarefa nesse período. Faça pequenos intervalos antes de começar novas tarefas, como tomar um café;
  • Transforme seu “objeto” da preguiça em prêmio ao concluir um objetivo importante. Procure dividir o que se tem a fazer em pequenas tarefas e celebre as pequenas conquistas;
  • Aprenda a dizer não! Saiba identificar e aprenda a dizer não para tarefas que não são importantes para atingir seus objetivos;
  • Procure realizar alguma atividade física, além de se alimentar melhor, pois esses hábitos irão te ajudar a manter a energia necessária para encarar os desafios;
  • Experimente fazer nada. Busque, mesmo que seja por dez minutos, um momento para respirar, se concentrar e focar nas suas metas. A meditação pode ser uma ótima maneira para focar no presente e controlar os impulsos da mente, como divagar pelos diversos assuntos e preocupações;
  • Redescubra suas paixões. Encontre algo de que goste e pratique sem cobranças, apenas para se divertir, como dança, jogos, leitura, pintura, costura, cultivar plantas, entre outros;
  • Faça uma massagem. Quebre a rotina e se refugie em um SPA relaxante ou, busque sessões de ventosaterapia. Descubra novos prazeres e torne-os parte da sua realidade. O autocuidado não deve estar em último lugar em sua lista de prioridades;
  • Desconecte as redes sociais. Evite a ansiedade digital, reduzindo o período de acesso as redes sociais, que dependendo do conteúdo acessado, pode não fazer bem a saúde mental.

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Como a neuroplasticidade combate o “piloto automático”?

Neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de se transformar, em resposta aos estímulos aos quais os seres humanos são submetidos. Assim, torna-se uma das melhores formas de estímulo cerebral para sair do “piloto automático”.

Através da neuroplasticidade, ou seja, fazer novas conexões nos neurônios e circuitos neurais, você pode combater o “piloto automático”, de modo que os níveis estruturais sejam moldados através da aprendizagem e, consequentemente, vivências.

De forma simples e eficaz, a neuroplasticidade do cérebro é a chave para o profissional desenvolver inteligência emocional e ampliar sua aprendizagem. Isto irá ajudá-lo a estar aberto a novas experiências de forma intuitiva e agregar valor à sua vida, aumentando as chances de sair do “piloto automático”.

A neuroplasticidade é um processo diário e natural do corpo humano, precisando ser estimulada diariamente, até a pessoa adquirir novos comportamentos. Veja algumas formas de fazer isso:

  • Analise o uso de tecnologias, verificando se é necessário ou automático, além de refletir se você pode fazer sozinho ou de outra forma. Estimule, sempre que possível, sua autonomia;
  • Busque realizar atividades que, geralmente, passariam despercebidas, alterando a forma de como são realizadas, como pentear o cabelo ou escovar os dentes com uma mão diferente.
  • Dedique-se a psicoterapiapara organizar pensamentos, além de observar e entender com amis propriedade comportamentos. Assim, será possível reestruturar cognitivamente hábitos prejudiciais na sua rotina.

exercício para mudar a rotina e desligar o piloto automático

Quando tratar o “piloto automático” com ajuda profissional?

O “piloto automático” pode acabar se tornando mais grave e prejudicial quando se identifica comportamentos sabotadores e autodestrutivos, havendo resistência do cérebro ao tentar abandonar esses hábitos que fazem tão mal.

Essas ações ou pensamentos podem ser determinados por impulsos ou desenvolvidos como um hábito rígido, frequentemente associados ao Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), que se manifesta gradualmente até se tornar uma conduta do indivíduo.

Conheça alguns comportamentos autodestrutivos e que diminuem o humor, que ao serem identificados, merecem atenção e devem ser relatados a um profissional especializado:

  • Beber excessivamente;
  • Comer mal (seja muito ou pouco);
  • Envolver-se em atividades sexuais que causem algum tipo de risco;
  • Apostar dinheiro prejudicando a renda financeira;
  • Agredir verbal ou fisicamente;
  • Gastar dinheiro compulsivamente ou imprudentemente;
  • Correr riscos quando se está com raiva;
  • Reprimir sentimentos;
  • Usar drogas ilícitas.
  • Isolar-se de seus amigos e familiares;
  • Deixar acumular tarefas diárias;
  • Negligenciar sua higiene;
  • Não pedir ajuda ou apoio dos outros;
  • Não se envolver em atividades que você normalmente gosta;
  • Faltar o trabalho repetidamente;
  • Dormir muito ou pouco demais (ficar na cama o dia todo);
  • Ficar em casa na maior parte do tempo.

Benefícios ao combater o “piloto automático”

O desenvolvimento do cérebro permite que o profissional maximize sua resistência para lidar com adversidades. Por isso, é importante trabalhar o cérebro, de diferentes formas, abrindo-se a novas experiências e habilidades.

Assim, o profissional torna-se capaz de desenvolver sua criatividade, flexibilidade, adaptabilidade, memória, inspiração, criação inovação, além de criar diferentes respostas, encontrar novas soluções e escolher melhores comportamentos para diversos contextos.

Assim como o corpo, a mente precisa de treino para fortificar-se e desenvolver-se, para a manutenção de pensamentos, comportamentos e crenças.

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